
Categoria: Artigos
Data: 21/03/2025
“Das profundezas clamo a ti, Senhor.” (Salmo 130.1)
O profeta Jonas é um retrato do que significa clamar desde as profundezas. Ele desceu de sua cidade, na Galileia, para Jope, às margens do mar Mediterrâneo. De Jope desceu ao navio que zarpava para Társis. Do navio desceu ao porão do navio, onde se entregou ao sono. Do porão do navio foi lançado às profundezas do mar. Das profundezas do mar foi tragado por um grande peixe. Dali, das profundezas desse grande peixe, ele clamou ao Senhor.
Há momentos na vida em que nossa trajetória é uma descida vertiginosa rumo às profundezas da nossa fraqueza. A enfermidade nos assola. A dor nos aperta. O sofrimento nos encurrala. Os amigos nos deixam. As riquezas evaporam. Tudo à nossa volta começa a ruir. Assim como o patriarca Jó, muitos ainda sofrem o golpe das perdas: dos bens, dos filhos, da saúde, do relacionamento conjugal e das amizades. Este é o fim da linha, o fundo do poço.
Porém, quando estamos nas profundezas, só tem uma direção a olhar: é para cima; é para Deus. Foi então que o peregrino gritou das profundezas. A sua voz não foi embocada para dentro de si mesmo nem mesmo para pedir o socorro dos homens. Ele clamou ao Senhor, a fonte de todo o bem, o socorro bem presente nas tribulações, o refúgio dos aflitos, o amparo daqueles que nele confiam.